Avaliação a médio prazo do sucesso da restauração ribeirinha no âmbito do projeto LIFE+ RIPISILVANATURA
Lozano Tomás, D. • Velasco García, J. • Bruno, D.
Resumo
As margens dos rios são áreas de grande interesse ecológico, mas sua modificação antrópica levou ao estabelecimento de espécies invasoras, como Arundo donax L. na bacia do rio Segura (SE Espanha), com efeitos prejudiciais sobre a biodiversidade. Perante este problema, no âmbito do projeto LIFE+ RIPISILVANATURA (2015-2019), foram realizadas ações de controlo de cana e plantações com espécies autóctones no troço médio do rio Segura. Neste trabalho, é realizado um acompanhamento a médio prazo após dois anos do término do projeto e da cessação ou flexibilização das tarefas de manutenção (limpeza da cana) em 8 das estações restauradas para avaliar o grau de sucesso alcançado comparado com as condições de referência. Para detetar diferenças temporais na composição e abundância de espécies em estações revegetadas e de referência foram aplicadas análises de escala multidimensional não métrica (NMDS) e modelos lineares generalizados para dados de abundância (GLM). Para determinar se a altura média das espécies plantadas difere entre as estações com ou sem manutenção, foram aplicadas ANOVAs. Além disso, as mudanças temporais em diferentes indicadores ecológicos e o efeito da continuação ou não da manutenção foram determinados usando modelos lineares de efeitos mistos. Após 6 anos desde o início e 2 anos desde o final do projeto, o sucesso alcançado foi relativamente baixo. Embora atualmente a composição da vegetação das estações restauradas tenda a ser mais semelhante à das comunidades de referência, nos últimos anos a ausência de manutenção produziu um aumento na cobertura, densidade e altura de A. donax, bem como uma diminuição da riqueza de espécies e mau estado ecológico das margens dos rios. Portanto, um programa de manutenção e monitoração de médio longo prazo é essencial para melhorar o sucesso de futuros projetos de restauração das margens do rio.
Palavras chave
Espécies invasoras, Monitorização ecológica, Restauração ecológica, Margens dos rios, Vegetação ribeirinha